ODE À DIONÍSIO

Já havia provado os vinhos do Marcel Deiss em uma feira sobre biodinâmicos realizada em São Paulo no ano de 2009, e quando acidentalmente cruzamos pela vinícola não tive dúvidas: é aqui que eu devo ficar! Confesso que foi um pouco difícil "quebrar o gelo" com o sommelier responsável pelas degustações, pois chegamos de supetão e meio "turistões". Não que eu não tivesse tentado aqui do Brasil, mas infelizmente meu e-mail de agendamento não obteve resposta. Então teve que ser na marra mesmo. Como bons brasileiros e uma paixão enorme que me move, reforçamos o pedido e conseguimos uma visita com degustação para o dia seguinte. E lá estivemos pontualmente! Um pouco apreensivos, mas confiantes que seríamos bem recebidos e provaríamos o que existe de melhor na Alsácia. E assim foi .... que visita! Em uma manhã linda, fria, mas ensolarada, fomos recebidos pelo mesmo sommelier do dia anterior, que com alguma desconfiança me questionou de onde eu conhecia os vinhos de

Eis a foto do vinho Guaspari Syrah Vista da Serra, um dos mais comentados e audaciosos vinhos nacionais dos últimos tempos. O projeto é maravilho e os investimentos de elevada monta, o que, em princípio, prometem futuro promissor ao vinho Guaspari. O provei há cerca de dois meses quando estive em Florianópolis para uma degustação. O vinho é bastante interessante, jovem ainda, escuro e opaco. Aroma intenso, porém fechado e com pouca definição. Destaco notas de amora negra madura, defumados, algo mentolado (pinheiro/eucalipto) e pimenta negra. Em boca é um vinho pesado, forte! Diria com excesso de extração. Peca na elegância, lhe falta definição. Taninos rústicos, presentes e acidez destacada, com final longo e com leve amargor. No geral é um vinho muito bom (nota 87), mas qualitativamente ainda longe da propagada fama. Penso que nas próximas safras a tendência de vinificação deverá mudar, primando pela elegância, sensibilidade e pelo balanço. Pode ser encontrado na melhores e

Eu, Gustavo e Sr. Ginésio tivemos muita sorte em nossa estadia em Beaune, pois nosso anfitrião Dimitry é enólogo em Mersault. Sendo assim, na manhã seguinte visitamos a propriedade e degustamos seus vinhos. O Domaine Bohrmann é um produtor pequeno, com diversas parcelas de vinhedos distribuídas pela Côte d´Or e Côte de Beaune. Não possui grands crus e tampouco premiers crus nos principais terroirs , mas aos poucos eles vêm fortalecendo seu port foglio e apresentados vinhos excelentes e com preços convidativos. Destaco o Meix Chavaux de Mersault que provamos no apartamento do Dimitry. Esse micro-clima está na parte alta da apelação, subindo pelo centro do município. Tem tudo o que se espera de um excelente chardonnay , com aquela coloração amarelo-dourada, aroma inebriante, intenso e encantador, com notas de maça madura, manga, manteiga, baunilha e algo salino que remete à mineralidade. Os vinhos de Mersault são realmente encantadores; mais opulentos que em Puligny

Quando soube que um enólogo argentino estava fazendo sucesso em Bordeaux e sabendo que iria pra lá em breve, não pude deixar de incluir uma visita em meu roteiro. Trata-se de Marelo Pelleriti, grande enólogo argentino responsável pelo projeto Clos de los Siete e que em Bordeaux produz o Château Le Gay no Pomerol e outros importantes vinhos de Chaterine Péré-Vergé. Fomos recepcionados de forma maravilhosa no Ch. Le Gay e Marcelo nos apresentou seu trabalho de forma detalhada e hospitaleira. Hoje vou apresentar minhas notas de prova de dois grandes vinhos elaborados por ele, sendo o Le Gay propriamente dito e o Chardonnay Linda Flor da Monteviejo, um dos projetos do Clos de los Siete na Argentina. Vamos a eles: Chardonnay Linda Flor 2013, 15%, v/v. Desde suas primeiras safras, sempre foi um vinho muito sério e entre os melhores chardonnays da Argentina. Coloração amarelo/dourada com reflexos esverdeados, com grande intensidade aromática e notas cravo da índia, abacaxi m