MARCEL DEISS

Já havia provado os vinhos do Marcel Deiss em uma feira sobre biodinâmicos realizada em São Paulo no ano de 2009, e quando acidentalmente cruzamos pela vinícola não tive dúvidas: é aqui que eu devo ficar!
Confesso que foi um pouco difícil "quebrar o gelo" com o sommelier responsável pelas degustações, pois chegamos de supetão e meio "turistões". Não que eu não tivesse tentado aqui do Brasil, mas infelizmente meu e-mail de agendamento não obteve resposta.
Então teve que ser na marra mesmo. Como bons brasileiros e uma paixão enorme que me move, reforçamos o pedido e conseguimos uma visita com degustação para o dia seguinte.
E lá estivemos pontualmente! Um pouco apreensivos, mas confiantes que seríamos bem recebidos e provaríamos o que existe de melhor na Alsácia. E assim foi .... que visita!
Em uma manhã linda, fria, mas ensolarada, fomos recebidos pelo mesmo sommelier do dia anterior, que com alguma desconfiança me questionou de onde eu conhecia os vinhos de Marcel Deiss e o que eu sabia sobre sua história. Não deixei por menos e lhe expliquei que já havia provado os vinhos e dei minha opinião, pois no dia anterior entrei com contato com meu estagiário, Rafa, e lhe pedi que me enviasse por e-mail todas as notas de degustação dos vinhos que já havia provado.
Repassei minha meméria e meus estudos prévios e voilá... eu estava preparado para demonstra que não estava ali por acaso e que eu e meus amigos saberíamos apreciar os vinhos que seriam postos à mesa. É bem verdade que o Sr. Ginésio não entendeu muito bem o que estava acontecendo e nem o que estava bebendo, mas Gustavo e eu sim... éramos só alegria e puro entusiasmo.
Provamos a linha toda dos vinhos e a única coisa que eu não recomendo é Alsace Rouge, um tinto genérico feito de Pinot Noir que não revela grandes atrativos e é caro pela qualidade.
Já os brancos, desde o Alsace genérico a todos os grands crus, passando pelos lieux-dits, todos devem ser conhecidos, comprados e colecionados.
Como o espaço é curto, vou me ater ao que eu considero o melhor e mais singular vinho de Marcel Deiss, quiça de toda a Alsácia. É o grand cru Manbourg!
De terroir calcário, o Manbourg é excepcional. Está localizado em Sigolsheim, que fica ao norte de Colmar e muito próximo a Kaisesberg.
 A densidade do vinhedo é de 12.700 plantas por hectare, o que faz com a produtividade seja muito baixa. Para se ter uma idéia da importância desse terroir, ele foi o primeiro a ser descrito da alsácia em 783 depois de Cristo.
Trata-se de um assemblage de Pinots (Blanc, Gris, Beurot e Meunier).
Límpido e brilhante e com uma complexidade extrema, com notas minerais, de pêssego fresco, maça madura, tomilho, iodo, própolis, dentre outros . Não tem botrytis; é puro e clássico!
Bem longo em boca, com uma acidez e uma mineralidade ímpares. Ótimo volume de boca e que deverá evoluir muito bem, sendo que a expectativa de guarda recomendada na vinícola é de 20 anos.
Trata-se do melhor que a Alsácia pode produzir. Um vinho de singular! Único! Uma maravilha da enologia.
Excelente/excepcional (nota 94), considerando o que se pode esperar de um vinho alsaciano.
Meu amigo Gustavo comprou uma garrafa e pagou €U 62,00 na vinícola.
É importado pela Mistral e custa US$ 184,90 no catálogo.
Seguem algumas fotos desse evento maravilho e o site da vinícola e da importadora para consulta.
Em breve estarei postando todos os vinhos no vivino em uma avaliação singular e minhas notas de degustação de cada um.
http://www.marceldeiss.com/fr/
http://www.mistral.com.br










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