LIVE bodega Norton enoteca Casagrande - maio 2020.

Quando recebi o convite para participar da live com a bodega Norton e a enoteca Casagrande, na hora lembrei que tinha um Gernot Langes na adega, e não havia melhor momento para abri-lo que degustá-lo ao vivo com o pessoal da própria bodega.

Convidei alguns alguns amigos para o encontro e aos poucos fomos destapando algumas garrafas para acompanhar o evento.

Estamos vivendo tempos difíceis, onde o isolamento social está nos impondo desafios que jamais havia imaginado que iria enfrentar.

Essas lives ajudam a superar o isolamento, e parabenizo meus amigos Leo e Seba pelo pioneirismo nesse tipo de evento, pois desde que começaram as restrições pelo Covid19, quase que diariamente Seba conduz um encontro com produtores, sommeliers e aficionados do mundo do vinho.

Vamos aos vinhos que foram degustados e as minhas notas de prova.

1) Bodega Norton Gernot Langes 2008, Luján de Cuyo, Mendoza, Argentina, com 14,5% de álcool: revisitando o Gernot Langes 2008 sete anos depois da última prova.
Estilo "antigo" de vinificação, atualmente já em desuso. É um vinho para longa guarda.
Blend de Malbec (80%), Cabernet Sauvignon (10%) e Cabernet Franc (10%), todas dos vinhedos mais antigos da bodega localizados em Luján de Cuyo. Ao final o vinho estagia 16 meses em carvalho novo francês.
Apesar dos seus 12 anos, o vinho continua bem escuro, tonalidade carmim, opaco, com aroma evolucionando aos poucos. Dos vinhos provados, o Gernot era o menos fragrante. Muito mirtilo, geléia de ameixa, frutas passas, cedro, pimenta negra e um defumado bem marcado.
Média expressão no nariz, sem ser tão exuberante nessa fase da evolução.
Na entrada em boca se percebe o perfil "doce/frutado" da Malbec, com estrutura sólida, taninos polidos e acidez média. Final de boca de médio a longo.
É um vinho robusto, um block buster, talvez num estilo que eu diria over para o que o mercado busca atualmente.
Preciso provar urgentemente uma safra jovem para ver qual o estilo adotado pelo novo enólogo da Norton, David Bonomi, reconhecido enólogo argentino responsável pelo Cult Wines Per Se. David foi eleito "enólogo del año" por Tim Atkin.
Em nível de excelência (nota 92). Recebeu 94 pontos de James Suckling nesta safra.
Esse vinho custa na Wine Brands R$ 1.165,00 (https://www.winebrands.com.br/vinho-tinto-norton-gernot-langes-2014/p), mas eu paguei, alguns anos atrás, US$ 49,50, aqui na Fronteira.



2) House of Morandé 2012, Maipo, Chile, 14,5 de graduação alcoólica: em tempos onde os ícones chilenos estão sendo vendidos a preços proibitivos, o House of Morandé é um porto seguro de elevada qualidade e esmerada vinificação que ainda pode ser comprado por pessoas normais.
Assemblage de 73% de Cabernet Sauvignon, 23% de Cabernet Franc e 4% de Carignan e estagia 18 meses em barricas francesas e mais 24 meses em garrafa antes de ser comercializado.
As uvas provém de vinhedos em San Bernardo, no Maipo Alto, localidade bastante próxima a Puente Alto e Macul, zonas de excelência para a Cabernet Sauvignon.
Coloração rubi intensa, com ligeiro halo de evolução. Comparado com o Gernot Langes, sua coloração é menos escura e com tonalidade mais avermelhada.
Nariz bastante expressivo, típico da Cabernet, com notas de amora madura, engaço de vinha, um sutil mentolado que me recorda cedro fresco ou erva mate. Também defumados e alcatrão.
Em boca é elegante, bem menos estruturado que o argentino. Ainda tânico, num estilo que me recorda o Casa Real da Santa Rita, além de perfeita acidez. Precisa de mais tempo em garrafa para amaciar os taninos, sendo que estimo mais 5 ou 6 anos para o auge.
Excelente também, num nível acima ao Gernot Langes (nota 93).
Na internet os preços variam em cerca de R$ 360/400,00, com algumas safras sendo vendidas a R$ 800,00. Eu comprei essa garrafa em Ciudad del Leste e paguei US$ 38,00.



3) Hunnicutt Cabernet Sauvignon 2016, Napa Valey, Estados Unidos, 14,9% de graduação alcoólica: 2016 foi uma safra espetacular no Napa! Eu não conhecia essa vinícola, mas em pesquisa no site da bodega, verifiquei que ela fica na Silverado Trail norte, na região de Santa Helena.
É um blend de 88% Cabernet Sauvignon, 10% Merlot e 2% Malbec, com envelhecimento por 22 meses em barricas francesas, sendo 50% novas.
Vinho ainda bem jovem, com coloração escura e opaca.
Jovem no nariz, fresco e centrado nos aromas mais frutados de framboesas e amoras maduras. Também licor de jabuticaba. As notas de barrica nova também estão bem presentes, devendo integrar ao conjunto com o passar dos anos em garrafa.
Em boca é muito saboroso. Com acidez equilibrada e taninos doces. Essa elegância do Cabernet do Napa é única! É um estilo de vinho que realmente me agrada.
Precisa de tempo, pois ainda está muito jovem.
Excelente (nota 94+). Foi o vinho preferido por unanimidade pelos presentes.
Fabião trouxe essa garrafa de Miami. No site da vinícola é vendido por US$ 75,00.








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