TOP CHILE DEZEMBRO DE 2019





Desculpem-me os abstêmios, mas eu sigo a máxima de "que quem não bebe, não vê Deus". E a foto acima ilustra bem o que foi nossa degustação de final de ano, onde algumas das melhores garrafas chilenas foram degustadas com a sede natural que nos é peculiar, além de muita polêmica. Sempre! Polêmica faz parte! Para quem curte vinho, a polêmica é tão natural quanto as divergências políticas e futebolísticas, mas enfim, segue o baile!

Em nossa última degustação da ConFronteira, bastou o Márcio dizer que tinha na adega uma garrafa de Seña para que a confusão fosse armada. Juntamos alguns fanáticos no assunto e a brincadeira ficou séria! Tava acertado que cada um levaria um vinho top chileno para a degustação.

Márcio gentilmente cedeu a casa e Cléber Primevo trouxe a carne de ovelha para o jantar. E que carne excelente, somente cortes nobres que foram habilmente pilotados no assador pelo Márcio. Parabéns!

Estávamos em seis e degustamos 7 exemplares (Leo trouxe duas garrafas). Eu, Seba, Márcio, Cléber, Leo e Fabião!

Inicio pelo Don Melchor 2015, com 14,5% de graduação alcoólica! 2015 foi uma safra onde dois vinhos chilenos alcançaram 100 pontos. Assim, penso que não há dúvidas que a safra foi excelente!
O Don Melchor é um clássico. É o maior clássico do Chile e que nunca decepciona. Você pode comprar no escuro e pode ter certeza que o vinho será excelente!
Em ótima forma nesta, com estrutura média e elegante. Mais focado na fruta que outrora e pouco herbáceo de uma forma geral.
É uma referência de Cabernet mundial e com grande comprometimento enológico.
Beba-o com 15 anos e você será recompensado com plenitude de glórias.
Excelente (nota 94+).
É importado pela própria Concha y Toro e na internet está sendo vendido a R$ 570,00 ou mais.

VIK Red Blend, 2011, com 14% de álcool: não conhecia esse vinho. Não é da minha época enquanto somellier profissional!
Assim, sendo minha primeira vez, minhas impressões iniciais são positivas, mas preço proibitivo lhe é desfavorável num mundo de opções.
No site da vinícola é possível verificar que se trata de um blend de 53% de Cabernet Sauvignon, 35% de Carmenere, com pequenas parcelas de Cabernert Franc, Merlot e Syrah.
O vinho estagia 26 meses em barrica de carvalho.
Bem, dos vinho da noite, o VIK foi um dos que eu menos gostei. O Seña foi decepção na verdade, pois não esperava a nova proposta. Já o VIK é simplesmente menos bom que os demais.
É claramente é um vinho feito para ser de alta gama, com rótulo imponente, grande concentração, pois mesmo sendo 2011 ainda estava completamente fechado no visual
É um vinho bem intenso, concentrado e um tanto rústico. Ele não mostra muito ao que veio e lhe falta finesse. Tem muita madeira e uma fruta compotada bem marcante, mas é pouco complexo e ligeiramente chato no paladar.
Enfim, é um vinho caríssimo e que não justifica o preço.
Entre muito bom e excelente (nota 92).
No site da Wine custa  R$ 1.000,00 ou mais a garrafa.

Já que acima eu falei do Seña, vamos a ele então! Safra 2016, com 13,5% de álcool, tendo em mente que a 2015 foi premiado com 100 pontos de James Suckling!!!
A safra 2016 foi excelente no Chile e já de arranque eu deixo a impressão do Senã 2016 que encontrei no site da Clarets, com o link para consulta:

"Esta safra é uma das mais pontuadas de todos os tempos, recebendo 98 pontos James Suckling, 98 pontos Wine Spectator e 97 pontos Robert Parker. Foi um ano onde praticamente todos especialistas se encantaram pelo Seña, sendo consenso que a safra é excepcional. A característica mais marcante de 2016 neste vinho é o blend diferenciado, com mais Malbec e menos Carmenere, resultando em um vinho mais elegante, tendência para próximas safras de Seña. (https://clarets.com.br/2019/04/01/recebemos-a-premiada-safra-2016-de-sena/)

Blend de 55% Cabernet Sauvignon, 20% Malbec, 12% Petit Verdot, 8% Carmenere, 5% Cabernet Franc, 22 meses em carvalho francês (75% novo).
Bem, como eu não concordo com nada do que está descrito acima, para mim o Seña foi a maior decepção da noite!
Menor estrutura, herbáceo, bem ácido, com notas de cereja amarga, resina e chocolate amargo, numa completa mudança de perfil. Uma guinada e tanto, eu diria.
Mas é super novo! Quem sabe eu esteja errado, pois ainda é muito cedo para "cravar" uma impressão definitiva do vinho, mas confesso que me decepcionou nessa data.
Entre muito bom e excelente (nota 91/92).
Se serve de referência, em contraponto, para o Seba o Seña foi um dos melhores vinhos da noite. Serve como referência; sempre uma opinião abalizada, mesmo que eu discorde kkk, pois temos paladares bem distintos para vinho.
É caríssimo! R$ 1.399,00 ou mais na internet. Vários sites de venda.
Segue uma foto do Seba explicando sobre o Seña! Para quem ainda não conhece esse excelente sommelier que trabalha na Vinoteca Casagrande.


Montes Alpha M, 2014, com 14,5% de graduação alcoólica. Esse foi o meu vinho predileto da noite para bebê-lo solo! Porém, para à mesa, eu ficaria com o Casa Real 2011.
Mas vamos ao "M", que é sempre um grande vinho.
Majoritamente Cabernet com 80%  do blend; 10% de Cabernet Franc, 5% de Merlot  e 5% de Petit Verdot 5%, com 18 meses em barricas novas francesas.
Muita estrutura, grande volume de boca e ótimo perfil aromático. Licor de cassis, goiabada, alfavaca, pimenta negra, grafite, defumados... barrica de excelente qualidade.
Em boca é estruturado e potente, com taninos macios e excelente acidez. Amargor final do "bom" que nos remete ao chocolate amargo.
Enfim, entre excelente e espetacular (nota 94/95).
É importado pela Mistral e custa R$ 765,94 na safra 2015.

Santa Rita Casa Real 2011, com 14% de álcool: outro ícone chileno,Wine Legend da Decanter inglesa, clássico do Maipo e sempre uma referência de elegância.
Casa Real é um vinho top chileno que faz o estilo elegante, com maior acidez e menor volume de boca. 
Esse 2011 está em franca evolução, com notas de licor de cassis, leve mentolado e já bastante integrado ao conjunto, pimenta negra, caixa de charuto e cedrinho.
Ao longo da prova ele se mostrou o mais agradável e àquele que mais me instigava a provar outro gole. Os demais são impactantes, mas cansam rápido o paladar.
Taninos leves, acidez normalmente mais destacada (ombreou o Seña nesse ponto), retrogosto de média duração e sem amargor final. 
Enfim, é um vinho mais sério, que parece mais seco e aristocrático que os demais. Excelente (nota 93/94).
Em minhas anotações tenho que esse 2011 foi o grande vencedor deu uma degustação no Rio Wine and Food Festival 2016, batendo um Solaia, um Pontet Canet e um Artemis da Stags Leap, dentre outros, com 22 votos a favor e 9 contra, o que não é pouca coisa para um vinho chileno contra alguns ícones mundiais.
Não sei que o importa Santa Rita na atualidade, mas na internet está sendo vendido R$ 629,91 a garrafa.

Montes Taita 2011, com 15% de álcool: o Taita é o ícone da vinícola, ainda que o "M" seja o clássico dos clássicos.
Majoritariamente Cabernet com 85% do corte outros e 15% de outras cepas a critério do enólogo e incríveis 24 meses em barricas francesas novas.
Esse foi o meu primeiro Taita e foi bom prová-lo para conhecer o estilo do vinho.
Ele é super concentrado, muito intenso em tudo. É um vinho para 30 anos e não os meros 15 que se vê como recomendação no site. Na fixa técnica consta acidez total de 3,51 grs/litro (baixa) e açúcar residual de 3,41 gramas, o que é muito nesse tipo de produto. Se considerarmos que o vinho tem 15% de álcool e ainda assim sobrou todo esse açúcar, dá para se ter uma idéia do grau de maturação da uva ao ser colhida!!!
Tem amplo volume de boca, grande complexidade, taninos finos, baixa acidez para tanta presença. Na verdade é difícil de falar em acidez e frescor nesse conjunto, pois o vinho é tão corpulento que se torna difícil avaliar, pois parece uma mistura de vinho de mesa com um vinho licoroso.
Em suma, eu fico com o "M" ainda, pois é mais palatável. Não que o Taita não seja um grande vinho, mas é claramente um vinho para competição; não é um vinho para a mesa. Foi claramente o vinho mais potente e estrutura dos degustados.
Excelente (nota 93/94).
É importado pela Mistral e cada garrafa custa R$ 2.062,00.

Ainda temos nossa degustação festiva da ConFronteira. Por isso, ainda não dou por encerrada minha litragem enológica esse ano. Mas devo atualizar outros posts que tenho pendentes no blog!

Obrigado aos amigos confrades pela noite memorável.

Saúde a todos e bons vinhos!!! Abaixo os links da vinícolas, da importadora Mistral, da Primevo carnes e da Vinoteca Casagrande no instagram!




http://primevo1.hospedagemdesites.ws/nossas-carnes/

vinoteca_casagrande no Instagram

https://www.mistral.com.br/busca/montes

http://www.vikchile.com/por/

https://clarets.com.br/2019/04/01/recebemos-a-premiada-safra-2016-de-sena/

https://www.monteswines.com/pt/wines/icons/taita

https://www.santarita.com/pt/












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