DEGUSTAÇÃO DA BODEGA LAGARDE.

Dia 26 de junho, quarta-feira, a convite da enoteca Vera Vinos, esteve aqui o enólogo Mateo da Bodega Lagarde para apresentar seus lançamentos e passar um pouco da sua experiência enológica.

O evento ocorreu no Hotel Franco, mais novo empreendimento hoteleiro da Tri-Fronteira, com investimento argentino e ótima infraestrutura. (http://www.hotelfranco.com.br/).



Mateo é italiano, da região do Piemonte, e há alguns anos mora em Mendoza e trabalha na Bodega Lagarde. Um fã confesso da região e do seu potencial enológico, Mateo apresentou os últimos lançamentos da vinícola em primeira mão, inclusive o Henry 120 Anõs, um vinho de produção muito limitada e que celebra os 120 anos de fundação da bodega.



A Lagarde é uma vinícola super-tradicional de Luján de Cuyo e que há alguns anos vem produzindo vinhos de forma sustentável. Segundo Mateo o sistema é praticamente orgânico e com mínima intervenção no vinhedo e na vinificação, o que certamente se reflete na pureza de seus vinhos (http://www.lagarde.com.ar/pt/nos/gestao-sustentavel). 

Por fim, cabe destacar que a bodega possui vinhedos, alguns centenários, em Perdriel e Mayor Drumond, Luján de Cuyo, onde está a sede da bodega, e também vinhedos na prestigiada sub-região de Gualtallary, Valle do Uco, esses bem mais jovens.

A linha de vinhos é bastante completa e pode ser conferida no site da vinícola, com tintos, brancos, espumantes e vinhos de sobremesa. O destaque é para a prestigiada linha Henry, linha ícone de bodega e que representa o melhor da enologia mendocina.

Vamos aos vinhos da noite:

1) Sisters Guarda Malbec & Cabernet Franc 2017, com 13,8% de álcool: trata-se de um blend de 70% de Malbec e 30% de Cabernet Franc, com 12 meses em barricas francesas.
Muito jovem ainda, escuro e violáceo. 
Bem aromático, mostra notas adocicadas de tutti-frutti e framboesas. Também pimenta negra e um leve acético no final. Pela juventude e exuberância deverá ganhar em complexidade com mais 5 ou 6 anos em garrafa, pois, no estágio atual, é ainda um vinho pouco complexo.
Boa acidez em boca, com estrutura leve e ligeiramente herbáceo no retrogosto. Saboroso e fácil de beber.
No geral é um vinho muito bom (nota 88). Na enoteca Vera Vinos custa $ 750,00 pesos.
A importação no Brasil é feito pela Ravin.


2) Henry Gran Guarda N° 1 2016, com 13,8% de álcool: O Henry Gran Guarda N° 1 é o vinho ícone da empresa.
Segundo o site da vinícola o blend é composto de 70% de Malbec, 18% de Cabernet Franc e 12% de Petit Verdot, com estagio de 24 meses em barricas de carvalho novo francês de 500 litros.
Bem escuro, violáceo ainda, muito fino no nariz, complexo e com madeira bem integrada.
Notas de chocolate amargo, manteiga, pimenta do reino, mirtilos e ameixa fresca.
Ótima acidez em boca, taninos finos, estrutura média e elegante.
Bem melhor que na safra anterior, onde estava muito alcoólico e intenso, tendo perdido a identidade e a elegância que sempre marcou a linha Henry ao longo do tempo.
Em nível de excelência nesta safra (nota 92+).
Custa 2.295,00 pesos na Vera Vinos.
Na importadora Ravin sai por R$ 837,00.


3) Henry Pure Malbec Gualtallary 2015, com 14,3% de álcool: lançamento da vinícola com tiragem de apenas 3500 garrafas.
Prestigia a reputada sub-região de Gualtallary, famosa por produzir Malbecs mais vibrantes, ácidos e minerais.
Particularmente não me entusiasmo tanto com os Malbecs de Gualtallary, pois os considero ácidos para o meu paladar. Se tivesse que optar, certamente minha sub-região predileta do Valle do Uco é  San Carlos/La Consulta. Mas é tudo uma questão de paladar e gosto pessoal.
Vinho também caro, destacado com uma "partidas únicas da empresa".
Vinhedos plantados em 2005 e que estão a 1350 metros de altitude.
Do site da vinícola extrai-se que esse vinho estagiou 2 anos em tonéis carvalho novo francês de 2500 litros e mais 12 meses em garrafa antes de ser colocado no mercado.
Jovem, escuro e violáceo.
Bem fresco no nariz, intenso e com notas de violetas e pimenta negra, que segundo Mateo, é uma nota típica dos Malbecs de Gualtallary. Algumas pessoas presentes no evento também descreveram o aroma de alecrim.
É bem ácido em boca, com taninos finos e àquela percepção táctil em boca que lembra pedra moída. Sem dúvida é um vinho para longa guarda, com pelo menos 10 ou 12 anos para integrar o conjunto.
Como disse antes, não é meu tipo predileto de Malbec. Por isso atribuo 91 pontos.
O preço na vinoteca é 2.870,00 pesos.



4) Henry Gran Guarda 120 Años 2013, com 13,7% de álcool: o grande vinho da noite e o melhor Henry que provei nos últimos 10 anos!
É um blend comemorativo aos 120 anos da bodega, sendo composto de 60% Cabernet Franc dos vinhedos centenários da bodega em Luján de Cuyo (Perdriel e Mayor Drumont) e 40% de Malbec de Gualtallary.
Vinho muito bem feito, elegantíssimo em boca e no nariz. Macio, com madeira bem integrada e com notas muito agradáveis de louro e pimenta do reino. A parceria entre a Malbec e Cabernet Franc é excelente. O melhor da enologia argentina caminha nesse sentido!
Ótima acidez, mas com estrutura leve e harmônica em boca, com leve resina ao final e chocolate amargo no retrogosto.
Edição para colecionadores, com um rótulo lindo e que se destina a longa guarda (15/20 anos).
Enfim, um vinho excelente em todos os sentidos (nota 94+).
Na vinoteca Soda Vera custa 4.200,00 pesos.



Por fim, recomendo acessar o site da vinícola em espanhol, pois, a versão em português não dispõe das fichas técnicas dos vinhos (http://www.lagarde.com.ar/inicio).

Ainda, deixo meu sincero agradecimento a equipe Soda Vera (Gustavo, Maurício e Joncy) pelo convite.






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