COBOS MALBEC 2008

Meu amigo Fábio Moisés tinha na adega uma garrafa de Cobos Malbec 2008 que há anos vinha prometendo que iríamos degustar.

Chegou o dia e junto com o Cobos outros vinhos tops foram "destapados", abrilhantando a noite e os debates. E que debates!!! Num grupo de degustação onde todo mundo é fanático, sempre uma polêmica ou outra acontece, mas, no final das contas, o que prevalece é o vinho e a amizade.

Destaque também para um frango com salsão e creme de leite que o Fábio Luiz preparou. Excelente! Comi tal qual um morto de fome. Espero repetir a experiência.

Vamos as notas de prova:

Presentes: Fábio Moisés (anfitrião), Fábio Luiz de Floripa, Seba sommelier da Vera Vinos e este apaixonado blogueiro do vinho.

1) Pommery Royal Brut NV, Champagne, França: coloração perfeita ainda clarinha e esverdeada.
Perlage minúsculo e de persistência média.
No nariz é bastante fresco e com boa mineralidade, lembrando pera, limão, maresia/pedra calcária (aquela mineralidade característica, mas que é difícil de descrever), grão de bico e pão tostado.
Em boca é leve, sápido e muito agradável, mesclando frescura com a mineralidade.
É um excelente espumante. Sou fã confesso (nota 88/89).
Custa cerca de R$ 350,00 na internet.

2) Catena Zapata Chardonnay White Bones 2009, Gualtallary, Argentina-13,0% v/v: amarelo intenso no visual, com reflexos esverdeados.
Intenso e complexo no nariz, com notas exóticas de sálvia/alecrim, mel, limão fresco, alguma mineralidade (salitre), pera fresca e marcela.
Em boca é muito bom e com ótima estrutura. Acidez corretíssima e aquele "toque metálico" que é característico dos bons chardonnays. Ligeiramente amargo no final.
Excelente, um dos melhores exemplares que provei da América do Sul. Também o achei melhor que seu irmão White Stones da mesma safra (nota 92).
Recebeu 95 pontos de Parker e Tim Atkin e 92 da Wine Spectator.
É importado pela Mistral a R$ 536,47.

3) Quilceda Creek CVR 2006, Columbia Valley, Washington, EUA, 15,2% v/v: trata-se de um blend excelente, sendo 77% Cabernet Sauvignon, 10% Cabernet Franc, 10% Merlot, 2% Petit Verdot e Malbec (1%).
Pesquisando na internet, pude verificar que essa vinícola é especialista em Cabernet Sauvignon e coleciona vários "100 pontos" de Robert Parker. Ou seja: o assunto é sério!!!
O estilo é etéreo e com alguns aldeídos. A coloração não é completamente escura e lembra um rui intenso com reflexos alaranjados.
Aroma complexo e focado na fruta em passa. Também cedro, especiarias doces e algo tostado! Nas minhas memórias de infância, descrevo esse aroma como "aroma de sol".
Em boca, taninos ainda presentes e leve amargor. Alcoólico, potente, e com estrutura média. Acidez de média a baixa. Longo retrogosto e leve amargor final lembrando a cravo da índia.
No geral é muito bom/excelente, mas num estilo Novo Mundo diferente - evoluído e etéreo. Atribuo-lhe  89/90 pontos.
Nesta safra recebeu 92 pontos de Robert Parker.
Não é importado para o Brasil.

4) Castello di Neive Barbaresco Santo Stefano 2007, Itália, 14,5% v/v: vinho trazido pelo amigo Fabão diretamente dos Estados Unidos, sendo muito recomendado pelo sommelier local em razão dos inúmeros prêmios e distinções que tem recebido nos últimos anos.
Barbaresco típico e harmônico, com coloração rubi clarinha e reflexos tendentes ao alaranjado.
Nariz intenso e típico da Nebbiolo. Fazia tanto tempo que não provava um Barbaresco que seus aromas eram tão diferentes que pareciam exóticos no impacto inicial. Notas de cereja fresca, flores secas, especiarias doces, algo de balsâmico - "vinagrinho", notas de éter/mercúrio, de hospital, chá preto.
Elegante na estrutura, mas com todos os elementos destacados, como taninos, acidez e álcool, apesar de o conjunto ser bastante agradável.
Excelente (nota 92). Gostei bastante desse produtor que não conhecia. Uma novidade para se ter em conta.
Obs: não é um vinho para iniciantes. Sua acidez e taninos requerem paladares experimentados que possam interpretar corretamente o conjunto.
Recebeu 95 pontos de Parker nesta safra.
Não é importado para o Brasil.

5) Cobos Malbec 2008, Luján de Cuyo, Argentina, 15,3% v/v: o vinho tema da noite e, como não poderia deixar de ser, um colosso de Malbec de alta gama, intenso em tudo e extremamente bem vinificado.
Ainda impenetrável no visual, com reflexos violáceos.
Intenso no nariz, centrado no mirtilo e na ameixa fresca, também uma geléia bem doce, chocolate amargo e café.
Em boca é potente e com ótima estrutura. Taninos muito finos, porém, presentes, e acidez mediana. Muito saboroso, denso e com longo retrogosto.
No geral, é certamente um excelente Malbec (nota 93/94); mas é muito caro. Ficou muito caro na verdade. As últimas safras estão impraticáveis.
Desta forma,  é possível encontrar outros Malbecs de similar qualidade por 3 ou 4 vezes o preço atual do Cobos. Uma pena mesmo.
É importado pela Grand Cru a R$ 1.499,00.








Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAMPOS DE SOLANA Bolívia!

OS VINHOS DE MAURICIO LORCA!

DEGUSTAÇÃO DA BODEGA LAGARDE.