ConFronteira - Cabernet Sauvignon - Julho de 2017.

Grandes Cabernets na ConFronteira - nossa confraria de vinhos de Dionísio Cerqueira, Barracão e Bernardo - na reunião de julho de 2017.

Desde já agradeço aos presentes e os convoco para nosso evento festivo no mês de agosto.

O tema da reunião era a uva Cabernet Sauvignon e para tanto selecionamos alguns vinhos bem representativos da nobre casta, com destaque para o Lota 2009 e o DV La Piramide 2011, ambos excelentes.

Nosso confrade e sommelier Sebastian ficou a cargo do terceiro vinho e nos brindou com o Tacuil Cabernet Sauvignon 2015, num perfil completamente diferente dos anteriores e por isso de grande relevância para o aprendizado.

Vamos as notas de prova:

Tacuil Cabernet Sauvignon 2015, departamento de Molinos, Salta, Argentina, 15,9% v/v: a bodega Tacuil está no sudoeste dos Valles Colchaquíes e conta com um dos vinhedos mais altos do mundo a quase 2600 metros sobre o nível do mar. O vinhedo tem apenas 10 hectares, sendo 4 dedicados a Cabernet Sauvignon.

No visual é intenso, escuro e violáceo. Impenetrável.

Nariz fragrante e intenso. Direto, pouco complexo e focado na fruta fresca madura e em compota. Ameixa negra, mirtilos, geléia de figo. Confrade Fábio descreveu abóbora.

Na boca é potente, encorpado e com estrutura média. Suculento, "jugoso", fácil de tomar e de gostar. Taninos imperceptíveis e baixa acidez.

No geral é um Cabernet diferente, pouco típico, lembrando mais um "malbecão" que propriamente um Cabernet. Mas é muito saboroso de qualquer forma.

Nota 88.

Não sei quem está importando agora. Antigamente era a Grand Cru. Pagamos em Dionísio $ 670,00 (cerca de R$ 134,00 ou US$ 41,00).

Abaixo seguem algumas fotos da minha visita à vinícola anos atrás. Recomendo muito. Lugar lindo e recepção impecável.

Catena Zapata D.V Cabernet Sauvignon La Piramide 2011, Agrelo, Luján de Cuyo, Mendoza, Argentina, com 14,% v/v: Produção limitada de apenas 15 barricas (cerca de 4500 garrafas nesta safra). O vinho amadurece 24 meses em barricas novas de carvalho francês.

Coloração rubi escura com reflexos avermelhados bem leves.

No nariz é intenso e com ótima complexidade, lembrando especiarias doces, notas de boa barrica, ameixa vermelha fresca, ameixa seca, leve suor, caramelo ou açúcar queimado, torrefação, nozes, e defumados.

Em boca é encorpado, intenso e saboroso. É um misto de potência/elegância, com ótima persistência gustativa. Seus taninos estão maduros e sua acidez é perfeita.

É certamente, excelente (nota 92+).

No Brasil é importado pela Mistral e seu preço no site é R$ 524,60 (US$ 159,00). Pagamos aqui na fronteira $ 750,00 ou R$ 150,00.

Cousiño Macul Lota 2009, D.O Valle del Maipo, Chile, com 14,0% de v/v: é o top da vinícola em comemoração aos 150 anos da família. Resulta de um corte de 70/77% de Cabernet Sauvignon  e 23/30% de Merlot. Envelhece 18 meses em barricas novas de carvalho francês.

Nesta safra foi eleito o melhor vinho da América do Sul no guia Descorchados 2015 com 97 pontos.

No aspecto visual chama a atenção sua coloração com ligeira evolução, já com os tons alaranjados nas bordas. Mas o "coração" ainda está bastante escuro.

Ótima intensidade no nariz. Complexo, com notas de ameixa seca, tabaco, pimenta negra, estábulo, defumados e uma baunilha muito bem integrada no final.

Muito macio em boca, fino e aristocrático. Taninos ainda presentes e excelente acidez lhe asseguram mais alguns anos de boca guarda. A estrutura de boca é de mediano para alta. Longo retrogosto com leve amargor final.

No geral é excelente (nota 93), fazendo o estilo elegante e com personalidade. Gostaria de tê-lo provado oriundo diretamente de uma adega climatiza, pois acho que sofreu um pouco na Petisquera.

Era importado pela Santar, mas atualmente desconheço.

Pode ser encontrado na internet por R$ 450,00 (cerca de US$ 137,00), sendo que eu paguei US$ 62,00 na Petisquera de Ciudad del Este.