Amarone GIUSEPPE QUINTARELLI 2000.

Sou fã de Amarone, meu vinho italiano predileto; uma questão de gosto pessoal.

Segundo Tommasso Bussola, grande produtor de Amarone importado pela Decanter, minha família Maran seria proveniente de Marano, uma das principais sub-regiões do Amarone, o que certamente me ainda maior apreço pelo vinho.

O processo singular de elaboração do Amarone, com parte de suas uvas em estado de passas, lhe confere um caráter e uma complexidade únicas, que encantam imediatamente quem for provar, mesmo que essa pessoa não esteja acostumada com vinhos.

De todos os produtores de Amarone existentes, é bem provável que Quintarelli seja o mais cultuado e cobiçado, produzindo vinhos lendários e igualmente caros.

Em junho de 2016, foi agraciado com a oportunidade de prová-lo e não titubeei em aceitar o convite, pois oportunidades como esta são raras na vida.

Passo aos vinhos da noite:

1) Deux Montille – AOC Rully 2008, 12,5% v/v: clarinho, fresco, com pouca intensidade aromática e pouca definição no aspecto olfativo. Notas herbáceas, com alguma fruta fresca branca, toques minerais de calcário e maresia, mas pouco complexo.
Médio em boca, com destaque para a acidez e leve amargor. Final de boca curto.
No geral, muito bom (nota 87), mas muito caro pela qualidade.
É importado pela Mistral e custa R$ 320,00.

2) Bruno Ristow Cabernet Sauvignon 2000 - Napa Valley, Califórnia/EUA, 14,1% v/v.
Primeira vez que provo esse vinho.
O vinho já estava um pouco evoluído no nariz, mas mesmo assim bem complexo, com notas de mirtilo, cedrinho, mentolado, tostados, ameixa seca, geléia de uva, tâmaras, vinagre, especiaria doce.
O amigo e enólogo César destacou o aroma de vinagre, para ele bastante presente.
Austero em boca, macio na estrutura, algo tânico, resinoso, e que não melhora mais em razão da evolução. Algo amargo no final de boca e acidez elevada.
Excelente (nota 90). Não é exportado, mas gostaria de provar uma safra mais jovem.

3) Poesia 2006 - Maipú – Mendoza – Argentina, 15% v/v.
60% de Malbec de vinhedos muito antigos, com 18 meses em barricas novas francesas.
Comprei esse vinho no supermercado Casagrande aqui em Bernardo.
Por isso, achei estranho o aspecto olfativo desse vinho, com algumas notas químicas que não me agradam. Algo de mercúrio; aldeídos... não sei, mas me lembra hospital. Também cedro, defumados, laranja, charque, coentro seco e amendoim torrado.
A coloração está condizente. Escura ainda, com toques avermelhados nos reflexos.
Em boca é muito alcoólico. Ainda ligeiramente tânico e com média acidez.
No geral é um grande vinho, mas numa safra não tão boa ou que evolucionou errado em razão do mau acondicionamento.
Muito bom (nota 88).
Antigamente era importado pela La Pastina. Atualmente não sei mais.

4) Château Clos du Marquis - AOC Saint-Julien, Bdx, França, 2000 - 13% v/v.
Pertence ao Leoville las Cases e está bem perto geograficamente falando.
Assemblage de 66% de Cabernet Sauvignon, 31% de Merlot 3% de Cabernet Franc.
O estilo é clássico! Austero, complexo, com notas de mirtilos, cedro, defumados, louro, e tabaco, além de pimentão (leve pirazina).
Em boca é austero, com taninos e acidez presentes.
No geral está é muito bom (nota 88). Não me agradou a pirazina e da pouca estrutura gustativa.
Foi trazido diretamente da França. Não sei se é importado.

5) Giuseppe Quintarelli, Amarone Classico - 2000, Vêneto, Itália, 17,0% v/v.
Muito alcoólico! Muito quente e muito difícil de beber normalmente como um vinho de mesa.
Estilo que não me agradou, pois, para mim, é atípico, mesmo para um Amarone. Parece um vinho do Porto Tawny na complexidade, mesclado com um Ruby na força.
Escuro ainda e pela graduação alcoólica, terá vida eterna.
Melhor em boca que no nariz, pois os aromas de éter e mercúrio se destacam. Também chocolate e pimenta negra, laranja seca, uva passa, resina e algo que lembra mimeógrafo.
Em boca é macio, com boa acidez e pouco tânico. Longo, mas com um perfil menos estruturado.
Entre muito bom e excelente; difícil dizer, às cegas, se tratar de um Amarone (nota 89/91), mas muito longe do que eu esperava.
Mistral a R$ 3.538,34.

6) Reif Vidal Icewine 1999, Península de Niágara - VQA - Canadá, 10% v/v.
Excelente, com ótima acidez. Âmbar claro na cor, com alguma borra, com notas de compota de laranja, mel, nozes, com 220 gramas de açúcar e 10,5 de acidez total.
Ótimo em boca, bem equilibrado e com ótima densidade. Tá no auge.
Excelente (nota 92/93).
Não é importado e não sei o preço no Canadá.

















Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CAMPOS DE SOLANA Bolívia!

OS VINHOS DE MAURICIO LORCA!

DEGUSTAÇÃO DA BODEGA LAGARDE.