CLOS APALTA, um vinho espetacular!!!

Semana passada tive o privilégio de provar duas safras icônicas do Clos Apalta e pude constatar como esse grande vinho envelhece bem.
Todas às vezes que provei o Clos Apalta a impressão foi sempre de consistência e altíssima qualidade, confirmando todas as expectativas criadas pelas expressivas pontuações conferidas pela crítica internacional.
Sem nenhuma dúvida: o vinho é excelente! Quiça grandioso nas melhores safras e ganha muito com o envelhecimento em estrutura, equilíbrio e complexidade.
Vamos as notas de prova dos vinhos degustados:

1) Billaud Simon - Mont de Milieu Vieille Vigne 1er Cru 1998 - AOC Chablis 1er Cru - França - 12,5% de álcool.
O vinho já havia passado de seu ponto ótimo de consumo. 18 anos é muito para um 1er Cru! Com 8 ou 10 estaria melhor e mais fresco.
Bem dourado na cor, com notas de champignon e aspargos. Também mel, amêndoas/nozes, abacaxi em calda, laranja seca.
Em boca estava bastante agradável, com bom volume de boca e baixa acidez (bastantes resíduos de "cristal" no fundo da garrafa) e leve amargor final.
O vinho perdeu o brilho, acidez, fruta fresca, mas mesmo assim estava bastante agradável de beber.
No geral, muito bom (nota 87).
Não é importado.


2) Chacra - Pinot Noir 32 2007 - Rio Negro - Patagônia - Argentina - 12,5% de álcool.
O projeto "Chacra" já é bastante famoso e eu mesmo já comentei seus vinhos aqui no blog e também no Vivino, mas nunca é demais lembrar que rprtence ao grupo Sassicaia, Tenuta San Guido, o que por si só já é certeza de qualidade.
O "32" é o mais exclusivo e caro da bodega e sua produção é limitada. Esse, por exemplo, era a garrafa 435 de um total de 7335 produzidas nesta safra.
Bem leve e com boa complexidade já, mas com estrutura para mais 10 anos guarda.
11 meses em barricas francesas, sendo 50% de carvalho novo. Baixo rendimento de 20 hectolitros/hectare, além de que o vinho é orgânico.
Coloração típica de bom Pinot, com suas matizes rosáceas ou de framboesa.
Intenso, complexo e exótico, com notas de tomilho/alecrim. Também licor de cassis bem nítido, principalmente no final de taça. A fruta estava meio escondida e lembrava framboesas. Também violetas. O Cláudio descreveu cogumelos, mas confesso que não os encontrei. Talvez "húmus", aquela terra molhada. Também estábulo e leve defumado.
Em boca era leve e elegante. Pouco alcoólico, com boa acidez e taninos imperceptíveis. Final de boca mediano a curto.
Excelente esse 2007 e com muita guarda pela frente (nota 91). Recebeu os mesmos 91 de James Suckling.
É importado pela Ravin a R$ 806,19. Eu paguei $ 1.100,00 pesos na Enoteca Casagrande.


3) Araucano/Lurton - Carménère Alka 2011 - Valle de Colchagua - Chile - 15% de álcool.
Famoso Carménère que sempre figurou entre os melhores do Chile. Sua presença era constante entre os premiuns do antigo "Guía de Vinos de Chile", mas nunca o havia provado.
Intenso na cor e no aspecto olfativo. O estilo é claramente mais elegante e macio que a grande maioria dos típicos Carménères chilenos. Na prova às cegas eu acertei o país de procedência, mas errei na casta, o que demonstra sua singularidade.
Estagia 18 meses em barricas novas francesas.
Ainda muito jovem e intenso, demonstra já boa complexidade, com notas de pimenta negra, goiaba vermelha, menta/alfavaca, chocolate amargo e rosa mosqueta.
Macio em boca, com baixa tanicidade e acidez equilibrada. Final de boca longo e especiado.
No geral, muito bom (nota 88/90).
É importado pela Da Confraria do RJ e custa R$ 329,00.


4) Casa Lapostolle - Clos Apalta 2001 - Valle de Colchagua - Chile - 14% de álcool.
Michel Rolland assina esta safra, pois deu consultoria a Lapostolle por um período. 
22 meses em barricas novas francesas, num blend de 80% Carménère/Merlot e 20% Cabernet de vinhedos com mais de 60 anos.
Destaque: Foi eleito o 2° vinho do ano pela Wine Expectator de 2004 com 95 pontos.
Apesar dos 15 anos, encontrava-se escuro, praticamente negro, com aquela coloração bem densa mesmo.
Nariz intenso e muito complexo. A evolução dos 15 anos lhe fez muito bem: notas terrosas, que o Gustavo descreu como beterraba. Tâmara secas, a menta/alfavaca/manjericão está bem integrada ao conjunto e não se destaca, também uma nota química/mineral a conferir profundidade; muita amora negra fresca, pimenta do reino, defumados, alcatrão e chocolate amargo.
Na boca é um canhão: intenso, concentrado, grande volume de boca. Ainda com presença de taninos de excelente qualidade e amalgama, com ótimo "nervo", sendo que o álcool aparece um pouco no retrogosto com aquele amargor típico.
Finalizando, temos um vinho em nível de espetacular (nota 95+).
Um dos melhores sul americanos de todos os tempos. Para guardar na memória e na adega.
Obs: tinha bastante borra na garrafa.
É importado pela Mistral a R$ 656,16 na safra atual.


5) Casa Lapostolle - Clos Apalta 2005 - Valle de Colchagua - Chile - 15% de álcool.
Mais opulento que o 2001 e com um estilo mais macio também. O álcool cumpre o seu papel nesse caso.
Envelhece 24 meses em barricas novas francesas e resulta de um corte de 42% Carménère, 26% de Merlot, 28% Cabernet e 4% de Petit Verdot.
Destaque: Foi eleito o melhor vinho do ano pela Wine Expectator de 2008 com 96 pontos.
Muito escuro ainda e com leve evolução avermelhada na borda.
Mesmo perfil aromático do 2001 e com grande complexidade, demonstrando que o terroir é mesmo espetacular.
Na boca é menos tânico que o 2001 e com uma estrutura ligeiramente menor. O perfil, se comparado, é claramente mais opulento, alcoólico e ligeiramente mais ácido. Tem o terroso; tem o licor de ginja; tem aquela coisa amalgamada e estruturada no conjunto.
Outro grande vinho. Também nível de espetacular (nota 94/95), mas eu ainda fico com o 2001... uma questão de gosto pessoal apenas. Vinho para 30 anos de guarda! Altíssimo nível de qualidade!
É importado pela Mistral a R$ 656,16 na safra atual.





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