WEINERT Malbec Estrella 1977, 14,5% v/v.

Lembro-me quando o Sr. João me pediu para comprar esse vinho, pois, 1977 ou 1978, se me recordo bem, foi o ano em que seu filho Daniel nasceu. Por isso, havia uma conotação especial com este vinho em específico.
Repassando minhas antigas notas de degustação, resolvi escrever sobre o Malbec Estrella por causa do preço atual desse vinho no mercado.
Semana passada, em uma enoteca aqui de Bernardo, verifiquei que o preço atual é de $ 4.200,00 (cerca de US$ 300,00 ou um pouco mais) e o da safra 1994 é $ 1.680,00 (cerca de US$ 120,00).
Mas o que me chamou muita atenção nessa minha avaliação, foi verificar o preço que eu paguei por ele na época e a pontuação atribuída.
Bem, o ano da prova foi 2003 e lá se vão longínquos 13 anos. O preço que eu paguei foi de US$ 35,00! Isso mesmo: trinta e cinco dólares, sendo que na importadora, então importado pela extinta Terroir, era de US$ 150,00.
Como avaliação final, pontuei-o com 92 pontos (Obs: na época recebeu 93 pontos de Parker), uma pontuação altíssima para os meus padrões da época, quando eu ainda sonhava que um Petrus, um Lafite, um Latour, um Vega Sicilia Unico, um Opus One, um Romanée-Conti, um Solaia, um Masseto, poderiam representar o derradeiro elixir da vida para um apaixonado enófilo.
Ledo engano! E após ter provado todos esses vinhos famosos e muitos outros que a vida de sommelier me proporcionou, percebo, sem dúvida alguma, que o Weinert Malbec Estrella 1977 é provavelmente o melhor vinho argentino que eu já tive a oportunidade de degustar e que está no mesmo patamar qualitativo que os grandes vinhos produzidos no mundo.
Trata-se de uma tiragem limitada, produzida somente nas grandes safras, envelhecido ao estilo clássico argentino em grandes tonéis de carvalho e por um longo período de tempo.
Apesar da idade na data em que foi degustado (cerca de 26 anos), mostrou coloração firme, vívida e brilhante, de um límpido vermelho-rubi brilhante como reflexos ligeiramente alaranjados.
Nariz intenso e complexo como todo grande vinho deve ser. Notas de tabaco, ameixa seca, nozes, canela, cravo da índia, defumados, louro, estábulo, ameixa fresca, tâmaras, açúcar queimado e engaço de vinha verde. Realmente um vinho de meditação e que vai evoluindo em complexidade ao longo da degustação.
Em boca é encorpado, mastigável, denso e untuoso, realmente de encher a boca, com taninos maduros e acidez perfeita. Trata-se de um vinho elegante, mas com personalidade, e sabor suficiente para encher a alma.
O retrogosto é longo e muito frutado, mesclando fruta secas e toques leves de especiarias doces. Não revela amargor final.
Finalizando, um vinho em nível de espetacular. Hoje, tenho certeza, que o pontuaria com 97/98 pontos. Um grande vinho, de uma safra espetacular, se corretamente envelhecido e em seu ponto ótimo de degustação, é inigualável. Uma pena que seja tão difícil encontrar vinhos assim, pois o longo período de guarda necessário é muito difícil de se alcançar.


Comentários

  1. Olá Tenho 1 Garrafa do Weinert Estrella 1977 trazida de Mendonza também no ano de 2002.
    Na verdade trouxe 4 mas fui consumindo em datas muito especiais
    Quanto oferece ?

    Abraços Hermes Ghidini (hghidini@terra.com.br)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá, tenho 2 destas garrafas hoje, interesse me chamar no número: (49) 9 8842-8448

      Excluir

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